PATOLOGIAS

Andrologia

Vasectomia

A vasectomia é um procedimento cirúrgico que oferece uma contracepção definitiva para homens. Segundo a Sociedade Brasileira de Andrologia (SBA), a vasectomia é uma cirurgia de baixo risco que consiste em seccionar e ligar os canais deferentes, impedindo a passagem dos espermatozoides. O ducto deferente é um tubo muscular que faz parte do sistema reprodutor masculino e é responsável por transportar os espermatozoides dos testículos até a uretra, onde são eliminados durante a ejaculação.

A vasectomia pode ser realizada em regime ambulatorial, não requerendo internação hospitalar. No entanto, o paciente deve evitar esforço físico por alguns dias e utilizar preservativos até que seja confirmada a ausência de espermatozoides no ejaculado, o que normalmente ocorre após três meses da cirurgia. Embora a eficácia da vasectomia seja alta, a possibilidade de falha existe e o paciente deve realizar exames periódicos para confirmar a ausência de espermatozoides no ejaculado.

A SBA recomenda que a decisão pela vasectomia seja tomada de forma consciente, após avaliação médica e discussão do procedimento com o paciente e seu(sua) parceiro(a). É importante ressaltar que a vasectomia é um método contraceptivo irreversível e, portanto, deve ser considerada apenas por homens que não desejam ter filhos no futuro

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) afirma que a taxa de sucesso da reversão de vasectomia depende de vários fatores, incluindo idade do paciente, tempo desde a cirurgia, técnica usada e presença de anticorpos antiespermatozoides. As taxas de sucesso variam amplamente, de 30% a 90%, com média em torno de 50%. É recomendado que os pacientes considerem essa possibilidade antes de fazerem a vasectomia.

Infertilidade Masculina

A infertilidade é definida como a incapacidade de um casal conceber após um ano de relações sexuais regulares sem proteção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a infertilidade é um problema que afeta cerca de 15% dos casais em idade fértil no Brasil. Ainda segundo a SBU, a infertilidade pode ter origem feminina, masculina ou ser de causa mista, sendo que em cerca de 30% dos casos a causa está relacionada exclusivamente à mulher, em 30% exclusivamente ao homem, em 20% a ambos e em 20% dos casos a causa é desconhecida. A infertilidade é um problema que pode ter diversas causas e exige investigação médica especializada para identificá-las e determinar o tratamento adequado. A infertilidade masculina pode ser causada por diversos fatores, como distúrbios hormonais, problemas anatômicos, infecções, varicocele genéticos, entre outros. A avaliação do homem infértil envolve histórico clínico, exame físico, análise do sêmen e, em alguns casos, exames complementares. O tratamento da infertilidade masculina depende da causa subjacente e pode incluir terapia medicamentosa, cirurgia, técnicas de reprodução assistida, entre outros. A Sociedade Brasileira de Andrologia recomenda que o casal infértil seja avaliado em conjunto por um especialista, a fim de determinar a melhor abordagem terapêutica.

Disfunção Erétil

A disfunção erétil (DE) é a incapacidade de manter ou obter uma ereção suficiente para a relação sexual satisfatória. De acordo com a Sociedade Brasileira de Andrologia (SBA) e a Sociedade Americana de Andrologia (ASA), a DE pode ter causas orgânicas ou psicogênicas. As causas orgânicas incluem doenças vasculares, diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças neurológicas, distúrbios hormonais e efeitos colaterais de medicamentos. As causas psicogênicas incluem ansiedade, depressão, estresse e problemas de relacionamento.

A DE afeta cerca de 50% dos homens com mais de 40 anos e pode afetar a qualidade de vida e o bem-estar emocional do indivíduo e do casal. O diagnóstico da DE inclui a avaliação da história clínica e sexual do paciente, exame físico e exames complementares, como dosagens hormonais, testes de função erétil e imagem vascular.

O tratamento da DE varia de acordo com a causa subjacente e pode incluir mudanças no estilo de vida, terapia medicamentosa, terapia comportamental, injeção intracavernosa de medicamentos vasodilatadores e uso de prótese peniana. A prótese peniana é uma opção para homens, em casos específicos, que não obtêm sucesso com outras formas de tratamento e consiste na implantação cirúrgica de um dispositivo que permite a ereção artificial.

Disfunção Hormonal

A disfunção hormonal masculina (DHEM) é caracterizada por alterações nos níveis hormonais masculinos, principalmente a testosterona, o que pode levar a uma variedade de sintomas, incluindo diminuição da libido, disfunção erétil, fadiga, perda de massa muscular e óssea, e alterações de humor. As causas da DHEM podem ser diversas, incluindo envelhecimento natural, condições médicas como diabetes e obesidade, uso de certos medicamentos e doenças do sistema endócrino, como hipogonadismo.

Para diagnosticar a DHEM, exames de sangue são realizados para avaliar os níveis hormonais masculinos. O tratamento da DHEM pode envolver terapia de reposição hormonal (TRH), que pode ajudar a aumentar os níveis de testosterona e melhorar os sintomas. No entanto, é importante enfatizar que a TRH só deve ser utilizada quando os níveis hormonais masculinos forem confirmados baixos por meio de exames de sangue. O uso indevido da TRH pode causar efeitos colaterais graves, como aumento do risco de doenças cardiovasculares. Portanto, é fundamental que a TRH seja prescrita e monitorada por um profissional de saúde especializado, que irá avaliar a necessidade da terapia e a dose adequada para cada caso individual.

Além da TRH, mudanças no estilo de vida, como dieta saudável e exercício físico regular, também podem ajudar a aliviar os sintomas da DHEM. É importante que as pessoas com sintomas de DHEM consultem um profissional de saúde para obter um diagnóstico e tratamento adequados

Doença Peyronie

A Síndrome de Peyronie é uma condição urológica que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente, uma vez que causa a curvatura anormal do pênis durante a ereção. Essa condição é resultado da formação de placas fibrosas no tecido erétil, cuja fisiopatologia ainda é desconhecida, mas sabe-se que a inflamação crônica pode ser um fator contribuinte. 

A etiologia da Síndrome de Peyronie é multifatorial e inclui fatores genéticos, trauma peniano, inflamação crônica, doenças autoimunes e uso de certos medicamentos. O diagnóstico é baseado na história clínica e exame físico, podendo ser necessários exames de imagem para avaliar a extensão das placas fibrosas. 

O tratamento da Síndrome de Peyronie pode incluir o uso de medicamentos na fase aguda para alívio da dor. Entretanto, em casos mais graves, onde a curvatura peniana não permite a penetração e/ou há dor significativa durante o ato sexual, a cirurgia pode ser indicada. O procedimento cirúrgico pode envolver suturas isoladas, remoção das placas fibrosas, enxerto de tecido ou uso de próteses penianas, dependendo do grau de curvatura e/ou presença ou não de disfunção erétil associada. O tipo de tratamento é individualizado. 

É importante salientar que um certo grau de curvatura do pênis durante a ereção é considerado normal e fisiológico, e não deve ser confundido com a Síndrome de Peyronie. Na verdade, a maioria dos homens apresenta alguma curvatura durante a ereção, que pode variar em grau e direção. A Síndrome de Peyronie é diagnosticada quando a curvatura é significativa e resultante da formação de placas fibrosas no tecido erétil do pênis, que causam dor durante a ereção, dificuldade para ter relações sexuais e diminuição da qualidade de vida. 

Ejaculação Precoce

A ejaculação precoce é uma disfunção sexual masculina que se caracteriza pela dificuldade de controlar o momento da ejaculação durante a relação sexual, resultando em um orgasmo prematuro. Ainda não se sabe ao certo a causa da ejaculação precoce, mas acredita-se que fatores psicológicos e biológicos possam estar envolvidos, como ansiedade, estresse, problemas hormonais ou de regulação do sistema nervoso. O diagnóstico é feito por meio de avaliação médica e psicológica, podendo utilizar exames específicos para avaliar a função erétil e a sensibilidade peniana. O tratamento da ejaculação precoce pode ser multidisciplinar, incluindo terapia comportamental, aconselhamento psicológico, uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida. É importante lembrar que, com o tratamento adequado e acompanhamento médico especializado, é possível superar a ejaculação precoce e melhorar a qualidade de vida sexual.